terça-feira, 10 de março de 2015

Boko Haram jura fidelidade ao Estado Islâmico

O líder da organização terrorista que tem vindo a espalhar terror na Nigéria, veio a público explanar a sua lealdade para com o (EI) Estado Islâmico. Este súbito alinhamento de ideais com o EI, aparentemente, assume apenas um papel publicitário, onde ambas as estruturas terroristas têm a ganhar. O Boko Haram tem vindo a assumir um papel de defensor da Sharia (lei islâmica) no território Nigeriano, tendo incidindo as suas acções no nordeste do País, e acaba por ser de facto uma estrutura que partiha a mesma visão que o EI, contudo, até à data, ainda não tinham sido verificadas quaisquer intenções de aproximação entre as duas organizações, apesar de Peter Pham (director do programa de África do Centro de Reflexão Atlantic Council de Washington) identificar que esta atitude era espectável há já 9 meses. 
O entendimento de união de forças encontra fundamento, face à últimas acções de combate que estas organizações têm enfrentado. 
Na Nigéria encontra-se a força multinacional, composta por França,  Estados Unidos e Grã-Bretanha, que partilha ainda do apoio da União Europeia. Em aditamento, a Nigeria tem contando ainda com o apoio do Chade na intervenção territorial que tem permitido a recuperação de território ocupado pela organização terrorista.
Na Síria e no Iraque, o EI tem vindo a apresentar uma postura defensiva, limitando-se ao "assassinato" de monumentos históricos, como forma de afirmação territorial. 
A proclamação de fidelidade por parte do Boko Haram, veio permitir ao EI demonstrar perante o mundo uma manipulada noção de expansão, quando na realidade tal não acontece. Ao invés, a aparente ligação entre as duas estruturas, permite ao Boko Haram assumir territorialmente uma postura de força face à intervenção conjunta que está a enfrentar por parte das forças multinacionais.
É de facto no factor de dissuasão que esta estrutura parece agora reforçar a aposta, uma vez que foi precisamente com base nessa postura que grande parte dos territórios agora ocupados, foram conquistados.



É de referenciar que o juramento de fidelidade não aparenta ser uma proposta de reconhecimento de província do EI. Alías, o Boko Haram já tinha proclamado um califado em terras nigerianas, pelo que este juramento de fidelidade vem acima de tudo procurar mais um apoio moral (e que aguarda ainda a resposta do EI), que lhe permita continuar o reinado de terror, perante os territórios que assinalam como pertecentes ao Califado de Boko Haram.
O que de facto é preocupante, é a possibilidade de um objectivo moral, passar a encontrar reflexo em acções combinadas, traduzindo-se em acções territoriais que poderão interligar as duas estruturas, não só no fornecimento de armamento, como no próprio "intercâmbio" de elementos, valorizando a estrutura de propaganda desenvolvida até agora.




Sites consultados:

- http://pt.euronews.com/2015/03/10/nigeria-boko-haram-perde-terreno-para-as-forcas-governamentais/

- http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/03/lealdade-do-boko-haram-ao-estado-islamico-e-propaganda-benefica.html

- http://www.noticiasaominuto.com/mundo/358788/aliar-o-boko-haram-ao-isis-e-ato-de-desespero

- http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4342553

- http://www.hrw.org/news/2015/01/14/dispatches-what-really-happened-baga-nigeria

- http://www.publico.pt/mundo/noticia/lider-do-boko-haram-jura-fidelidade-ao-estado-islamico-1688462

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