sexta-feira, 27 de março de 2015

A ascensão de Facções Extremistas - De Hitler ao Estado Islâmico


A ascensão de actividades extremistas no mundo, aparenta ser algo de complexo e incoerente,ao que, por conceitos associados a características geográficas e regionais, surgem grupos, suportados por actos ilícitos (Tráfico de droga, armas ou mesmo humanos, por exemplo), que começam a desenvolver a sua influência na região onde se encontram, sobrevalendo-se à base da violência terrorista (acção que tem por objectivo disseminar o medo na população generalizada), para alcançar objectivos específicos por si delineados. A complexidade destes factos reside em inúmeros factores, associados a algo mais do que simples localizações geográficas. Exemplo disso é o Estado Islâmico que é alimentado em mais de 70% por elementos estrangeiros, de sociedades ocidentalizadas e que em nada se assemelham ao conceito de Estado falhado. 
O desenrolar de acontecimentos que têm transportado as notícias sobre o Estado Islâmico, para o centro de debate dos meios de comunicação social, e consequentemente, motivado centenas de jovens para a mobilização no âmbito dos seus ideiais, acabam por se tornar um acontecimento sociológico digno de estudo. A história, contudo, reflecte um percurso onde nos podemos basear, tentando de alguma forma identificar as possibilidades que levam estes jovens a percorrer continentes, em busca da morte.
Se analisarmos o decorrer do Século XX, começamos a encontrar alguns paralelismos, que aparentemente também não conheciam fundamento. É o caso da Alemanha NAZI.
Após a 1ª Guerra Mundial, a Alemanha, humilhada pela Guerra, encontrava-se com altos índices de desemprego, dívidas, com uma população desmotivada e comandada por uma classe política envelhecida, sem capacidade de reacção ao rude golpe que foi o Tratado de Versalhes. O surgimento de facções políticas rejuvenescidas, com ideiais inovadores e que ostentavam para um crescimento exponencial do território alemão, levou ao seguimento "cego" por parte da população, em busca de um ideal patriótico que há muito julgavam perdido. O Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, de onde advém a sigla NAZI (National Sozialistiche Deutsch Arbeiter-Partei), assim como tantos outros partidos pela Europa, conseguiram mobilizar mentes que estavam sequiosas por uma nação da qual se pudessem orgulhar e cuja sentissem honra em representar e defender, mesmo com o sacrifício da própria vida. A análise dos acontecimento levaram à compreensão de que, foram as sanções da Primeira Guerra Mundial que contribuiram para o crescimento de facções políticas de ideiais extremistas, que encontraram na esperança do povo a motivação que necessitavam para se desenvolver. É com base nessa experiência que no pós-Segunda Guerra Mundial, a Alemanha viu perdoada a sua dívida. Na data de 27 de Feveriro de 1953, 20 países, entre os quais a Grécia, decidiram perdoar mais de 60% da dívida alemã (no âmbito do Plano Marshall,)permitindo assim o surgimento do chamado "milagre alemão", onde, de um país arruinado pela guerra, renasceu uma fénix com influência mundial.
Aparentemente estes acontecimentos na história em nada se relacionam com os acontecimentos na Síria, contudo, se se proceder à análise dos factos, verifica-se que existem algumas similaridades que inlfuenciaram a ascenção da Alemanha NAZI, e que hoje em dia se encontram presentes também nas motivações dos jovens Jihadistas. Da mesma forma que a Alemanha vivia uma época de dificuldades financeiras, o mesmo se reflecte hoje em dia. A Europa atravessa uma das maiores crises financeiras dos últimos tempos, ao que, aliado à constante corrupção política, largamente publicitada pelos meios de comunicação social, tem contribuído para uma perda de valores nacionais, em prol do crescimento de uma identidade globalizada comum. Grande percentagem dos jovens acaba por não reconhecer na sua sociedade o sentimento de patriotismo, uma vez que os elementos que se fazem representar pelo país, acabam por não conseguir chegar aos "corações" das populações. Esta ausência de solidariedade entre as "extremidades", pode ser uma das causas do fenómeno que tem sido a emigração dos jovens para integrar as fileiras do EI. A busca por valores que não conseguem encontrar na sociedade que os criou, pode estar a levar inúmeros jovens a procurar "um sentido para a vida", fora das fronteiras sociais que conhecem. O surgimento de uma facção que argumenta contra pontos específicos, que minam as sociedades democráticas ocidentalizadas, cria assim uma alternativa aos elementos que procuram um "ideal" pelo qual se possam reger (tal como ocorreu com o partido NAZI), levando assim à mobilização cega, por países desconhecidos, em busca de valores superiores que justifiquem o sentimento de pertença que procuram.





Sites consultados:

- http://noticias.hentac.com/noticia/2015/01/syriza-recorda-que-alemanha-tambem-teve-divida-perdoada-em-1953.html

- http://www.dw.de/1920-lan%C3%A7ado-programa-do-partido-de-hitler/a-445953

- http://www.dinheirovivo.pt/economia/interior.aspx?content_id=3763585

- http://infielatento.blogspot.pt/2014_01_01_archive.html

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