O mundo tem andando numa roda viva e tudo aparenta que a pax eterna está prestes a terminar, ou não, ou talvez sim, ou talvez não outra vez! O certo é que no espaço de um mês, além das inúmeras ofensas aos direitos humanos que o Médio Oriente já nos habituou, os jornais têm-se encontrado repletos de referências a ataques terroristas em território europeu, território esse que por sua vez vai ficar mais pequeno "à pala" do Brexit, que por derivação afectou a situação económica da Europa inteira... enfim... tudo leva a crer que o conceito europeu se está a desmembrar, aliás, tudo aponta para que os conceitos sobre os quais as nossas gerações foram criadas, estão a desaparecer um pouco mais, um dia de cada vez.
A livre circulação pessoas no espaço europeu é a nossa realidade, contudo, por anexação, também o é a presença de facções terroristas, que desde que a chamada "primavera árabe" ocorreu, ascenderam e proliferaram para além dos controlos ditatoriais a quem estavam subjugados, e explodiram para o mundo, com sonhos utópicos da criação do califado prometido, sustentados em fracas interpretações do Corão.
Creio que se pode comparar a um lata de tinta sobre pressão, que está contida a um pequeno canto de uma sala, sobre uma vela, que vai aquecendo lentamente, até que, por incapacidade de retenção de grandes pressões, a lata explode, disseminando inúmeras partículas por toda a sala. O resultado é a mesma sala, com borrões de tinta por todo o lado, resta agora decidir o que se fazer com a tinta espalhada. Vamos analisar o passado claro e compreender que a forma como a vela e a lata foram colocadas foi errada, contudo resta agora decidir para o futuro. A tinta está lá e não vai ser fácil limpar tudo. O que fazer?
Assim está a Europa, fundada em princípios de igualdade e liberdade, vê-se agora a braços com a difícil decisão de se redefinir para combater a sua degradação e garantir a sua integridade.
A queda já se iniciou, o BREXIT foi o primeiro tijolo a cair e quem possa achar que nada esteve relacionado com a recepção de emigrantes oriundos da Síria e Iraque, desengane-se.
Continua-se a acenar com a "bandeira" dos direitos humanos, mas insiste-se constantemente em esquecer-se de erguer primeiro a bandeira nacional. O mundo continua em suspensão, à espera para ver onde vai ser o próximo local de França que o DAESH vai atacar, rezando para que eles não se lembrem de mais nenhum país, mas as acções para combater esta ameaça (verdadeiramente) continuam se visibilidade e as ações para resolver o problema dos refugiados continua sem se aparecer.
De que forma é que se está a controlar a vinda de emigrantes para a Europa?
Vamos continuar a não garantir nem a sua protecção, nem a nossa?
Um coisa é certa não os podemos abandonar, mas antes de mais não podemos também abandonar os nossos.
Milhares de seres humanos têm sido distribuídos pelos países do mundo, mas que acompanhamento se dá à posteriori? Em Portugal, ao que parece, perdemos o rasto aos nossos convidados, e assim tem sido a postura do mundo inteiro.
A situação não vai melhorar e a incapacidade de decisão e de ação só o vai agravar. A história ensinou-nos que tempos de medo, vergonha e dificuldades financeiras são o degrau necessário para a ascensão de facções extremistas, sejam elas religiosas ou políticas, pois quando a população chega ao limite e o conceito de segurança deixa de existir, qualquer pessoa segue que lhes promete uma vida melhor, seja de que forma for. Foi assim no passado e continua a sei assim hoje em dia. Tomemos como exemplo os candidatos norte-americanos à presidência. Poderá não se concretizar, mas o certo é que as ideias extremistas de Donald Trump têm-lhe valido inúmeros seguidores, que lhe têm garantido um percurso destacado contra Hillary Clinton. A última passa por construir um muro que garanta separação do México (alguém se lembra da Alemanha nos pós 2ª Guerra?). A sério? Pensava que isto só era moda na Cisjordânia.
Entretanto a Turquia foi alvo de uma tentativa de Golpe de Estado, que fez com que todo mundo olhasse para si durante 10 horas, e pronto, após a o redondo falhanço, não interessa mais abordar a questão, nem tentar perceber o porquê de tal situação ter ocorrido. O que interessa agora é voltar voltar a falar do pequenito puto português que deu um abraço a um Francês no final do Euro, isso sim, isso é notícias e história.
Meus senhores temos que começar a definir melhor as nossas prioridades e perceber que o problema do meu vizinho é também meu, pois o produto que passa na comunicação social reflecte os profundos interesses da nossa sociedade. Ora bem, se ganhar o Euro é importante o suficiente para ocupar todos os jornais durante uma semana inteira e em oposição a queda de uma aeronave militar portuguesa cujo resultado foram 3 militares mortos, (homens cuja missão é defender a pátria de todos nós) ocupou na sua totalidade 5 minutos de cada vez, algo está muito mal com todos nós, e a desculpa não pode ser: Porque as pessoas preferem ver notícias boas em vez de más!
Se assim fosse o Correio da Manhã estava em muitos maus lençois.
Agora pensai!
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